Era um jovem lutador, mas não rebelde. Obedecia a
todas as regras – ao menos às que convinham. Fazia tudo o que uma pessoa normal
fazia: estudava, trabalhava, dormia e agia como um outro qualquer. Nas noites
de sexta saía com os amigos. Tinha uma namorada. Tinha pais, irmãos, e até um
cachorro chamado Ted.
Era normal – em partes. Mas não se sentia como ele
mesmo. Achava que agia como uma máquina. Sempre os mesmos movimentos, a mesma
sequência decorada. Estava cansado da vida. Decidiu se exilar.
Comprou uma passagem, foi direto à Índia. Ouviu dizer que lá os espíritos eram calmos e serenos. Banhou-se nas águas – sujas – do rio. Meditou, aprendeu mantras, tornou-se um homem voltado para o mundo espiritual.
Mas não parou por aí. Fingiu um estudo social qualquer
e conseguiu apoio de faculdades importantes. Dinheiro não era problema mais,
então seguiu para China, Rússia, Japão, Austrália... Cada lugar com um
conhecimento a mais para lhe oferecer, um novo aprendizado.
Perdeu o contato com todos, e hoje só sabem dele por
meio dos e-mails mandados à faculdade (sempre pedindo mais dinheiro). Dizem que
se instalou na Europa e hoje mora com uma inglesa e o filho, à custa do
dinheiro do tal estudo.
Por: Layla Silva
8 Opiniões:
Minha amiga, que texto maravilhoso... você como sempre escrevendo muito bemmmm!
Parabéns cada vez mais o blog está lindoooo!
beijos
http://www.priscilafantini.blogspot.com.br/
parabens
Oi Layla =D
Estou tentando voltar ao mundo dos blogs rsrsrsrsrsrsrs Adorei seu conto. Isso de liberdade é o que nos rege, não é mesmo?
Beijo
Gostei do conto. As vezes precisamos nos exilar, arriscar e recomeçar do zero.
Muito bacana o seu conto, vocês escreve muito bem. Parabéns!
Te seguindo, segue o meu tbm http://efeitodemulher.blogspot.com.br/.
O personagem fez bom uso desse dinheiro. Comprou a possibilidade de adquirir conhecimento. Gostaria que o mundo se voltasse para tal face. Ótimo conto.
Obrigada pela visita, mas eu não estava falando da qualidade dos artistas citados e sim dos fãs que sofrem constantemente por ter um gosto diferente de outras pessoas.
Eu não poderia deixar minha família, mas seria bom poder me exilar também. Com minha família.
Postar um comentário
- Opiniões, críticas, sugestões e tudo mais são sempre bem-vindos, mas seja educado(a) comigo para que eu não precise ser indelicada com você.
- Fique a vontade para deixar o link de seu blog para que eu retribua a visita, desde que faça um comentário decente.