Amontoados de incertezas e desmotivações caem a
cada passo que dou. Poças de lágrimas de desespero molham todo o meu ser. A
brutalidade escondida nos becos da vida me golpeia e me deixa atordoado.
Afinal, o que é a vida?
Embriago-me de depressão e conformismo em cada
bar, em cada esquina. Corpos esquálidos, vazios e inertes, me dizem o que devo
fazer. Vozes lamuriantes gritam e me lembram de quem realmente sou. Fantasmas
do passado, outrora abandonados, pedem carona no próximo ponto de desistência.
Viajando num ônibus que volta e meia para, leio
meu livro cheio de frases curtas e falsas metáforas. Observo a paisagem que
passa pela janela sem notar que é minha própria vida que passa. Cansado demais
para viver. Cansado demais para ler.
Sem freio, sem motorista, sem destino, guio a
mim mesmo para o penhasco. Cansado demais para frear. Sem saber, porém, como
fazê-lo. Abandono a mim mesmo antes de despencar, mais uma vez, para o
submundo, para o fim do mundo, lugar no qual sou entendido, lugar onde faço
sentido. Terra onde sou amado. Dentro de mim mesmo.
Por: Laila Silva
5 Opiniões:
Nossa muito Bom Laila!
Parabéns, adorei ^ ^ muito profundo e verdadeiro...
Laila!
Então, o ônibus está no Top 10 lugares reflexivos da vida, é impressionante o quanto a gnt reflete com cada paisagem que vê, cada pessoa inconveniente que se aproxima, cada vez que nos aprofundamos em livros ou musicas pra tentar fugir daquele lugar enquanto o caminho nao nos leva pra casa... o post passou muito bem essa sensação... mto bom..
bjs..
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http://anteontemmusical.blogspot.com.br/
Uau, que texto intenso! Parece que me senti como o protagonista. Amei.
Definitivamente Lailinha, tu és forte em escrever textos fortes.
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